07 de Março, 2016
Conteúdo Palestra Dr. Murilo Andrade
Cistite de Repetição
Infecções do trato urinário (ITU), ou cistites, são comuns em indivíduos do sexo feminino com aparelho urinário normal. Considera-se que 50 a 80% das mulheres apresentarão ao menos um episódio de ITU em sua vida e 15% terão uma por ano. Estima-se ainda que a recorrência ocorra em 20 a 50%, caracterizada quando a paciente relata três episódios de cistite em um ano ou dois em seis meses. O novo quadro de ITU poderá ser uma reinfecção (quando causada por nova bactéria) ou recidiva (quando for a mesma). Após o primeiro episódio de ITU, a paciente se torna mais suscetível a novos eventos. A maioria das mulheres descreve o primeiro diagnóstico dessa infecção quando jovens e no período de atividade sexual. É também comum o relato de histórico familiar de cistite de repetição. Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos. A atividade sexual está fortemente relacionada ao surgimento de ITU. Mulheres que informaram relacionamento sexual no último mês possuem seis vezes mais chance de desenvolver as infecções. Mulheres jovens que utilizam espermicidas apresentam cinco vezes mais chance de ter cistite.
Outros itens de risco são diabetes, presença de cistocele (“bexiga caída”), retenção de urina ou incontinência. É importante ressaltar que raramente é o parceiro que transmite a ITU. A maior parte dos germes que causam as infecções está presente no intestino e pode migrar para a vagina e bexiga. Cerca de 80 a 85% das infecções urinárias são causadas pela bactéria Escherichia coli (E. coli). Os demais casos se devem a outros agentes. Uma das causas de cistite de repetição é o desenvolvimento de resistência bacteriana a certos antibióticos. O principal ponto no tratamento e na prevenção da cistite de repetição é administrar o antibiótico necessário pronta e adequadamente. Algumas medidas podem ser tomadas após o término do medicamento para evitar novos episódios. Manter um antibiótico em dose menor e por tempo prolongado (seis meses a um ano) é uma delas. Pode-se utilizar o suco ou cápsula da fruta cranberry (embora os estudos não sejam unânimes em demonstrar sua eficácia). A “vacina” para a bactéria E. coli também pode ser uma opção a ser discutida com o seu médico.
Incontinência Urinária
Ao contrário do que muita gente pensa, a perda de urina é um problema muito comum que precisa de tratamento. Quem deixa a urina escapar sem querer pode estar sofrendo de incontinência urinária, que acomete pessoas de todas as idades classes sociais. O importante é se informar e procurar ajuda médica. Leia com atenção as informações a seguir, com uma série de perguntas e respostas sobre a incontinência urinária, suas causas e formas de tratamento, e ajude as pessoas que você conhece a evitar e combater esse mal que não é vergonha para ninguém.
O que é incontinência urinária?
É a perda involuntária da urina, que acontece de diferentes maneiras. A pessoa pode perder apenas algumas gotas quando tosse, espirra ou faz algum esforço. Ou pode até esvaziar a bexiga inteira antes de conseguir chegar ao banheiro. No entanto, a incontinência urinária não é uma doença e sim um sintoma causado por diferentes razões. Por atrapalhar o dia a dia das pessoas e interferir na sua qualidade de vida, há fatores emocionais, além dos físicos, envolvidos com esse problema.
A incontinência urinária acontece a qualquer um?
Sim, em qualquer fase da vida de pessoas de quaisquer classes sociais. Mas é mais comum nas mulheres de todas as idades e nos homens com mais de 60 anos. Segundo pesquisas, cerca de 5% da população brasileira tem incontinência urinária. Mas acredita-se que o número de pessoas afetadas seja muito maior, porque muita gente tem vergonha e não conta para os médicos que sofre desse mal.
Quais são as causas da incontinência urinária?
A perda de urina pode ser causada por fatores como uso de alguns tipos de medicamentos, infecções
ou problemas de deficiência hormonal.
Quais são os tipos de incontinência urinária?
– Incontinência Urinária de Esforço
– Incontinência por Urgência Miccional
– Incontinência Paradoxal
O que acontece na incontinência urinária de esforço?
– As pessoas perdem urina ao tossir, espirrar ou dar risadas
– Vão ao banheiro mais vezes
– Perdem urina ao se levantar da cama ou até de uma cadeira
– Evitam exercícios físicos por medo de não segurar a urina
E na incontinência por urgência miccional?
– As pessoas perdem urina imediatamente após sentirem vontade de ir ao banheiro
– Levantam muitas vezes durante a noite para urinar
– Urinam na cama
– Vão ao banheiro pelo menos a cada duas horas
– Sentem vontade de urinar desproporcional à quantidade de líquido que consomem.
Litíase Urinária
A formação de pedras nos rins acomete cerca de 6% da população. O risco de formação de outros cálculos apos a primeira crise e etc cerca de 50% em 5 anos.Existem vários fatores importantes para formação de cálculos: ambientais, climáticos, geográficos, tipo de ocupação, dieta com alto teor de proteínas e sal e baixa ingestão de água. Além disso. há fatores genéticos envolvidos, de odo que, em algumas famílias. podemos encontrar vários indivíduos portadores de cálculos.A forma de apresentação clinica mais comum é a cólica renal. O indivíduo normalmente apresenta dor intensa, tipo cólica, de inicio súbito. que se localiza na região lombar e irradia para O flanco e órgãos genitais.Os exames mais utilizados para a avaliação diagnóstica são o exame de urina, O ultrassom e o raio-X do abdome. Além desses, podem ser necessários tomografia computadorizada ou urografia excretora.A maioria dos cálculos é eliminada espontaneamente. É necessário o controle da dor, que é intensa e por vezes requer internação. Os fatores mais importantes que irão determinar qual tratamento será necessário são: tamanho c localização do cálculo; presença de infecção concomitante; controle da dor; e intensidade da obstrução do sistema urinário.O tratamento pode ser realizado com medicamentos, lítotripsia externa por ondas de choque, cirurgias endoscópicas (pelo canal da uretral e cirurgias clássicas (abertas). Se a opção for por tratamento intervencionista, a escolha do tipo de procedimento vai depender da posição e dureza do cálculo, anatomia do rim. Índice de massa corpórea do paciente s dos sintomas clínicos.Em relação à prevenção da litíase urinária, independente da causa, é válido estimular o aumento da ingestão de água, de modo que o paciente possa urinar 1.5 a 2 litros por dia. Essa é a medida mais importante. Alem disso. É recomendável moderar o consumo de sal e proteína animal e ingerir suco de limão diariamente. Manter-se ativo fisicamente também é importante. Alguns medicamentos para controle da eliminação urinária de cálcio c ácido úrico podem ser utilizados. A prevenção da formação de novos cálculos é muito importante e é eficaz em muitos pacientes.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia